Devo operar minha Hérnia de disco?
VISÃO GERAL
O disco intervertebral é uma articulação presente entre as vértebras da coluna espinhal. Sua principal função é a absorção de impacto, mas também é muito importante para a mobilidade da coluna. Eventos degenerativos (envelhecimento) e traumáticos podem fazer com que ele se desloque causando o que chamamos de hérnia.
A Hérnia de Disco Lombar é um diagnóstico bastante comum. Estima-se que 2 a 3% da população são afetados por essa patologia.
COMO DIAGNOSTICAR UMA HÉRNIA DE DISCO
Dores na coluna lombar e irradiação para as pernas (ciática) são os sintomas clássicos desta patologia que pode trazer grande sofrimento ao paciente. Estes sintomas podem ser acompanhados por sensação de formigamento (parestesia) e até perda da força (paresia).
Além do adequado exame médico, os exames de ressonância magnética e tomografia são parte importante do diagnóstico, demonstrando a extensão e localização da hérnia.
TRATAMENTO
Existem várias opções de tratamento e a finalidade é aliviar a dor, estimular a recuperação neurológica, promovendo o retorno o mais breve possível às atividades da vida diária e trabalho.
Discutir com o seu neurocirurgião por qual tratamento optar é importantíssimo, uma vez que tanto operar sem uma indicação correta, como manter o tratamento clínico inadvertidamente podem trazer graves consequências ao paciente.
Um dos estudos mais importante na área, o Spine Patients Outcome Research Trials, conhecido como estudo SPORT foi publicado no JAMA e avaliou, por aproximadamente 5 anos, 2.500 pessoas acometidas pela doença trazendo informações importantes a médicos e pacientes sobre qual o melhor momento para fazer cirurgia para o disco herniado.
DEVO OPERAR MINHA HÉRNIA DE DISCO?
O procedimento cirúrgico é indicado nas seguintes situações:
- Se apresentar déficit neurológico: fraqueza ou paralisia nas pernas ou pé; disfunção dos esfíncteres vesical e anal; anestesia intensa;
- Se a dor não melhorar com o tratamento clínico por 6 semanas.
O estudo SPORT mostrou que os pacientes que operaram dentro destes critérios tiveram qualidade de vida dramaticamente melhorada após 2 anos do que os que não operaram.
O ALERTA DOS 6 MESES
Outro achado importante foi o de que pacientes que estão com dor há mais de 6 meses, embora fiquem melhores quando optam pela cirurgia, não ficam tão bons quanto os que foram operados antes.
Dr Rogério Del’Arco é Neurocirurgião da Clínica Vértex em São José do Rio Preto (SP).